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Família desencontrada - Mario Quintana

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O Verão é um senhor gordo, sentado na varanda,
suando em bicas e reclamando cerveja.

O Outono é um tio solteirão que mora lá em cima
no sótão e a toda hora protesta aos gritos: “Que barulho é este na escada?!”

O Inverno é o vovozinho trêmulo, com a boina enterrada
até os olhos, a manta enrolada nos queixos e
sempre resmungando: “Eu não passo deste agosto,
eu não passo deste agosto...”

A Primavera, em contrapartida
- é ela quem salva a honra da família! –
é uma menininha pulando na corda cabelos ao vento
pulando e cantando debaixo da chuva
curtindo o frescor da chuva que desce do céu
e cheiro de terra que sobe do chão
o tapa do vento cara molhada!

Oh! a alegria do vento desgrenhando as árvores
revirando os pobres guarda-chuvas
erguendo saias!
A alegria da chuva a cantar nas vidraças
sob as vaias do vento...

Enquanto
- desafiando o vento, a chuva, desafiando tudo –
no meio da praça a menininha canta
a alegria da vida
a alegria da vida!
                                          Mario Quintana.

3 Recados:

Unknown disse...

lindooo texto!
grande abço!

Elda (Arte da Elda) disse...

Texto lindo.

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Aguardo vc e seus seguidores.

Abraço.
Elda.

Anônimo disse...

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Dia 19 de Março - Dia do Artesão

Dia 19 de Março - Dia do Artesão
Minha poesia é inglória, vive em bancas incertas.
Do pódio e das vitórias, traduz histórias discretas.
Nos dizeres, incontida, minha poesia é de lua, às vezes, reza vestida às vezes, discursa nua.
Meu poema é artesanato.
E sai-me pronto das mãos.
Coso-o, com muito cuidado, cirzo-o, sem distração.
Às vezes, vem das sucatas de contas e velhos botões, de renda e fitas baratas, da fieira dos piões.
Que ressona atrás da porta, tem os pêlos de um cão, no final das linhas tortas traz pena, paina, algodão. Tem cores das violetas, pose de pedra-sabão.
Nas asas da borboleta, nem coloca os pés no chão.
O poema-artesanato traz ponto-cruz, bordaduras.
É sempre um simples retrato de uma notória figura. Retirado da net.


São José Carpinteiro.

São José Carpinteiro.